quarta-feira, 21 de abril de 2010

Fluidos Biológicos- Edema

Edema é o nome que se dá ao inchaço localizado em alguma parte do corpo. Os edemas mais conhecidos são os que ocorrem nas pernas. Mas edemas podem ocorrer em qualquer ponto. Existe edema de pulmão, edema cerebral, edema de glote, edema de língua etc...

Vamos então entender o que é edema. Os edemas de órgãos eu falarei em outra oportunidade. Agora vou me ater apenas aos edemas visíveis na pele.

Ao contrário do que se possa imaginar, os nossos vasos sanguíneos não são impermeáveis e apresentam poros que permitem a saída e entrada de células, bactérias, proteínas e água.

O inchaço ocorre quando há um excesso de saída de líquido para um tecido. Na verdade o excesso de água vai para o interstício, que o espaço existente entre as células dos tecidos.

Quando ocorre uma inflamação, os vasos sanguíneos ficam mais permeáveis para facilitar a chegada das células de defesa ao local da infecção ou trauma. Com o alargamento dos poros, há um maior extravasamento de líquidos para os tecidos ao redor.

O processo de formação de edema em um trauma ou infecção é fácil de entender e está detalhadamente explicado no link acima. O problema é que o edema pode se formar em várias outras situações.

Existem outros 3 mecanismos para formação do edema além do aumento da permeabilidade dos vasos:

1.) Aumento da pressão dentro das veias e capilares. Esse aumento nada tem a ver com hipertensão, que é a elevação da pressão arterial. Não custa lembrar que as artérias levam os sangue do coração aos órgãos e tecidos enquanto as veias fazem o caminho inverso, trazem de volta sangue dos tecidos para o coração.

O aumento da pressão venosa ocorre quando há algum tipo de obstrução, mesmo que parcial, ao fluxo sanguíneo venoso. Damos o nome de aumento da pressão hidrostática, ou seja, da pressão que o volume de líquido dentro do vaso faz sobre a parede do prórpio.

Um conhecido exemplo são as varizes nas pernas. Varizes são veias defeituosas que apresentam dificuldade em levar o sangue de volta ao coração. É bom destacar que as veias das pernas precisam agir contra a gravidade, e quando há algum defeito neste sistema, ocorre um represamento de sangue nos membros inferiores. O sangue acumulado nas veias, aumenta a pressão dentro das mesmas e causam extravasamento de líquidos para o tecido subcutâneo. Este quadro é chamado de insuficiência venosa dos membros inferiores


Outro mecanismo semelhante ocorre na insuficiência cardíaca, onde um coração fraco não consegue bombear o sangue de modo eficaz, novamente favorecendo o represamento do mesmo no membros inferiores.

Tanto na insuficiência cardíaca quanto na insuficiência venosa dos membros inferiores, o edema surge e piora quando o paciente fica muito tempo em pé e tende a desaparecer após algumas horas deitado, quando a gravidade não exerce força contrária.

Um dos sinais típicos do edema nas pernas é o cacifo ou sinal de Godet, que é a presença de um pequeno afundamento na pele à digitopressão (foto abaixo). É um sinal de excesso de líquido no tecido subcutâneo.


Em algumas doenças, principalmente de origem renal, ocorre um acumulo de sódio (sal) no corpo. Esse excesso de sal aumenta a quantidade de água corporal, que por consequência aumenta não só a pressão arterial, mas também a pressão venosa, favorecendo o aparecimento de inchaços.

Os 2 mecanismos descritos anteriormente (permeabilidade vascular e aumento da pressão venosa) são causas de edemas localizados, ou nas pernas ou no local acometido por trauma ou inflamação. No caso da retenção de sal, o edema costuma ser mais difuso.

2.) Um outro mecanismo para a formação dos inchaços, é a diminuição da viscosidade sanguínea, chamada de pressão oncótica, e é dada principalmente pela concentração de proteínas no sangue.
Enquanto que o aumento da pressão dentro das veias favorece o extravasamento de líquidos, a pressão oncótica faz o trabalho inverso. Portanto, a formação dos edema é um balanço entre a pressão hidrostática e a pressão oncótica.

Quando se tem alguma doença que diminua as proteínas sanguíneas (a principal é a albumina), o paciente tende a formar edemas, mesmo que a pressão dentro das veias seja normal. Neste caso o edema é generalizado, já que a falta de proteína ocorre por todo o corpo.

Quando o edema ocorre de modo difuso, damos o nome de anasarca. A doença característica deste tipo de edema é a cirrose. O principal produtor de albumina do corpo é o fígado. Quando este para de funcionar corretamente, reduz-se a síntese de proteínas e consequentemente a pressão oncótica. O resultado final é a anasarca.

Um tipo de edema típico da cirrose, e que faz parte da anasarca, é a ascite, que ocorre pelo extravasamento de líquido para dentro da cavidade abdominal. Também pode ocorrer na insuficiência cardíaca avançada. A ascite apresenta dois mecanismos: ocorre tanto pela falta de albumina como pelo aumento da pressão nas veias do fígado, comum na cirrose.

Outra doença que pode causar edemas difusos e ascite é a síndrome nefrótica, que nada mais é que uma doença renal onde ocorre perda de proteínas na urina .

Na verdade, qualquer doença crônica grave pode inibir a produção de albumina pelo fígado e causar edema.

3.) Outro tipo edema, esse menos comum, é o de origem linfática. É chamado de linfedema e ocorre por obstrução dos vasos linfáticos. Ocorre na elefantíase, nos cânceres, na obesidade mórbida e nos membros superiores de doente que fazem mastectomia e retirada dos gânglios da axila. Na insuficiência venosa grave e não tratada, pode ocorrer também linfedema associado.

O linfedema não costumar ter cacifo e é mais deformante que o edema venoso.

Muitas vezes os edemas são causados por mais de um mecanismo.

Causas de edema:

1.) Aumento da pressão hidrostática e/ou retenção de sódio
Insuficiência venosa
Insuficiência cardíaca
Insuficiência renal
Gravidez
Trombose venosa
2.) Diminuição da pressão oncótica
Cirrose e doenças hepáticas
Síndrome nefrótica
Doenças crônicas
Desnutrição
3.) Aumento da permeabilidade vascular
Sepse
Grandes queimados
Inflamações (edema local)
Reação alérgica
4.) Linfedemas
Câncer
Ressecção de gânglios
Elefantíase (filariose)
Obesidade
Hipotireoidismo grave (mixedema)
Edema sem causa aparente (edema idiopático)

Existe um tipo de edema que ocorre principalmente em mulheres jovens e sadias, normalmente associado ao período menstrual. Também está associado a obesidade e depressão. Não há causa aparente.

O edema costuma ser cíclico e muitas mulheres tomam diuréticos próximo ao período menstrual para alívio dos sintomas. Na verdade, tomar diurético para esse tipo de edema só PIORA o quadro. Uso crônico de diurético sem indicação é uma causa de edema por mais paradoxal que isso possa parecer.

O diurético mal indicado aumenta a retenção de sódio, principalmente nos intervalos entre as tomadas. O doente acaba ficando dependente do remédio e não consegue estabelecer uma ligação causal com o diurético. Na verdade, o paciente acha que só o diurético alivia seu edema. Quando se suspende o diurético, ocorre uma piora do edema, o que assusta e faz com se retorne o medicamento. Após algumas semanas sem diurético, o edema regride sozinho.

Portanto, não se usa diuréticos em pessoas saudáveis com pequenos edemas nos membros inferiores, principalmente se associados ao período menstrual. O melhor é reduzir o consumo de sal, suspender drogas que possam causar edemas como Nifedipina, amlodipina, rosiglitazona Antiinflmatórios e minoxidil. Naqueles com excesso de peso, emagrecer é necessário.

Um tipo de edema comum na prática clínica é o que ocorre em doente com longa internação, principalmente em UTI.

Referência: http://www.mdsaude.com/2009/02/inchaco-e-edema.html

Fluidos Biológicos- Ascite

Ascite (também conhecida como "barriga d´água" ou hidroperitônio) é o nome dado ao acúmulo de líquido no interior do abdome. Esse líquido pode ter diversas composições, como linfa (no caso da ascite quilosa, causada por obstrução das vias linfáticas), bile (principalmente como complicação da retirada cirúrgica da vesícula biliar), suco pancreático (na pancreatite aguda com fístula), urina (no caso de perfuração das vias urinárias) e outras. Mas, no contexto de doença do fígado com hipertensão portal (cirrose, esquistossomose, Síndrome de Budd-Chiari e outras), a ascite é o estravazamento do plasma sanguíneo para o interior da cavidade abdominal, principalmente através do peritônio, provocado por uma somatória de fatores.


Paciente com ascite severa.

A ascite, na doença hepática crônica, sinaliza que a doença está avançada e está relacionada ao aparecimento de outras complicações da cirrose, como a hemorragia por varizes esofágicas e a encefalopatia hepática. Inicialmente, pode ser tratada apenas com diuréticos e a dieta com pouco sal, mas à medida que a doença progride os rins podem não suportar os diuréticos e/ou desenvolverem a chamada síndrome hepatorrenal (falência dos rins causada por alterações cicrulatórias provocadas pela cirrose) e pode ser necessária a realização de paracentese (drenagem da ascite através de punção com agulha). Além de outras complicações, a presença da ascite pode levar à infecção do líquido ascítico, condição chamada peritonite bacteriana espontânea, que pode ser severa e com alta mortalidade se não tratada adequadamente.

Neste texto, será abordada apenas a ascite relacionada a doença hepática crônica e à hipertensão portal.

A ascite é uma condição muitifatorial, onde diversas alterações causadas pela doença hepática se somam e culminam no acúmulo de líquido intra-abdominal. A fisiopatogenia da ascite é muito mais complexa do que a exposta aqui, que está simplificada por questões didáticas.

Hipertensão portal

Com o aumento da resistência ao fluxo de sangue através do fígado (pela desorganização estrutural e/ou contração dos sinusóides na doença hepática), há um aumento na pressão em todas as veias que confluem na veia porta (sistema porta hepático).


Sistema porta hepático

Essas veias, que provém da maioria dos órgãos do abdome, tornam-se dilatadas (pela pressão interna aumentada e pela ação de vasodilatadores), levando ao estravasamento de um líquido filtrado do sangue que "escapa" dos vasos.


Corte sagital do abdome mostrando o peritônio envolvendo as alças intestinais e o fígado (linha preta mais escura).

O órgão que é responsável pela maior parte da produção do líquido ascítico é o peritônio, uma membrana que reveste a parte interior do abdome e alguns dos seus órgãos e que é permeável, tanto ao extravasamento de líquido para a formação da ascite, quanto à absorção do líquido durante o tratamento.

Pressão coloidosmótica (ou oncótica)

Apesar dos poros nos capilares sangüíneos, a presença da quantidade adequada de grandes proteínas plasmáticas, em especial a albumina (que é maior do que os poros), "segura" a maior parte do plasma dentro do vaso sanguíneo.


Estrutura tridimensional da albumina

Na cirrose, a quantidade de albumina pode estar reduzida (hipoalbuminemia) por dois motivos principais: a desnutrição, que é comum na cirrose avançada, ou a falência na produção da albumina, que é realizada exclusivamente no fígado, que está comprometido.


Estravazamento do plasma dos capilares sangüíneos

Sem a quantidade adequada de albumina, a pressão oncótica nos vasos sangüíneos diminui, o que torna mais "fácil" o extravasamento do plasma que está sendo "empurrado" pelo aumento na pressão do sistema porta.

Retenção de sódio e água pelos rins

Sempre que aumenta a pressão em um vaso sangüíneo, o organismo passa a liberar substâncias que levam à dilatação do vaso, para controlar a pressão. Se a hipertensão for por algum distúrbio bem localizado, isso pode ser suficiente até que o problema esteja resolvido. Se for causado por excesso de líquido em todo o organismo, alivia o problema até que o mesmo seja eliminado.

Na hipertensão portal, os vasodilatadores são liberados em todo o sistema porta, o que faz com que a quantidade de vasos dilatados seja muito grande e não estejam restritos apenas ao sistema porta (há uma vasodilatação em praticamente todo o organismo). No entanto, a quantidade de sangue é a mesma, o que faz com que, além de não resolver completamente o problema de hipertensão no sistema porta, a pressão sangüínea em todo o organismo esteja reduzida.

No entanto, os rins interpretam a pressão baixa como sinal de que falta líquido no organismo, portanto passar a usar mecanismos (sistema renina-angiotensina-aldosterona) para absorver mais sal e água e tentar elevar a pressão. O resultado disso é que a água e o sal extras, pelos mecanismos descritos anteriormente, vão aumentar ainda mais a ascite.

SINTOMAS E DIAGNÓSTICO

A ascite, quando pequena, não causa sintomas, sendo diagnosticada apenas por exames de imagem (principalmente a ecografia, que é realizada rotineiramente no cirrótico para rastreamento do carcinoma hepatocelular).


Ecografia mostrando ascite

À medida que o volume de ascite aumenta, pode-se observar aumento no volume do abdome, com sensação de "peso", tendência a edema (inchaço) dos membros inferiores e de testículo (especialmente na presença de hérnia ínguino-escrotal). Vale lembrar que, apesar da ascite ser a principal causa de aumento do volume abdominal em cirróticos, também pode ser causado por gases ou pelo acúmulo de gordura (obesidade). Ascites moderadas podem ser detectadas clinicamente pela percussão, onde observa-se submacicez móvel, entre outros sinais.


Paciente com ascite com grande quantidade de circulação colateral visível no abdome.

A ascite severa, com grande aumento do abdome, é facilmente identificável. Há um aumento no desconforto, na sensação de "peso" e há também dispnéia (falta de ar). A dispnéia pode estar diretamente relacionada à quantidade de líquido e piora quando o paciente está deitado, pois a ascite pressiona mais ainda o diafragma, reduzindo o volume dos pulmões. Mesmo assim, a dispnéia pela ascite deve ser diferenciada da causada por insuficiência cardíaca, da síndrome hepatopulmonar e do hidrotórax.


Derrame pleural pela ecografia do site Terason (clique na figura para abrir um vídeo do exame)

Além dos sinais e sintomas especificamente causados pela ascite, outros relacionados à causa da mesma podem estar evidentes. No caso específico da hipertensão portal , podem ser observados edema de membros inferiores, spiders, circulação venosa evidente na parede abdominal, equimoses e sinais de encefalopatia hepática.


Técnica da pesquisa de submacicez móvel para diagnóstico da ascite. Durante a percussão do abdome, observa-se a presença de submacicez na parte mais baixa do abdome, se o paciente estiver em pé, como na figura, ou nos lados, se deitado. Em seguida, pede-se para o paciente deitar de lado, observanso-se à percussão que o local de submacicez mudou para o lado que fica abaixo, refletindo a mudança de posição do líquido. É o achado mais seguro no exame físico para confirmar a presença de ascite, mas só surge quando há pelo menos 1.500 mL de ascite.

Para fins de classificação da cirrose na escala de Child-Pugh, a ascite é dividida entre "ausente", "leve" e "moderada/severa". A ascite leve englobaria a ascite observada apenas por exame de imagem (como a ultra-sonografia) e a observada no exame físico, mas sem grande aumento do volume abdominal. A ascite moderada seria a que leva a aumento significativo no abdome, mas sem a presença de falta de ar (dispnéia) e/ou de abdome tenso pela grande dispensão, que seriam característicos da ascite severa.

Classificação de Child-Pugh1

Encefalopatia hepática 2

ausente

1-2

3-4

Ascite

ausente

leve

moderada/severa

Albumina

> 3,5

2,8-3,5

<>

Bilirrubina total3

<>

2,0-3,0

> 3,0

Tempo de protrombina4

1-4

4-6

> 6

Pontos:

1

2

3

A: 5-6 pontos

B: 7-9 pontos

C: 10-15 pontos

Notas: 1soma-se os pontos para cada um dos cinco itens; 2classificação de West Haven; 3na cirrose biliar primária, utilizar os seguintes valores de bilirrubina total: 1-4 (1 ponto), 4-10 (2 pontos) e > 10 (3 pontos); 4segundos após o controle - é possível também utilizar o valor de RNI: <> 2,3 (3 pontos)

Punção do líquido ascítico

Em todo paciente com ascite recém diagnosticada, especialmente quando houver suspeita de ascite de outra etiologia não relacionada a hipertensão portal ou de peritonite bacteriana, deve ser colhido o líquido ascítico para análise laboratorial. Essa coleta é realizada através de punção, com agulha, da parede abdominal. É um procedimento muito simples nas ascites moderadas a severas (nas pequenas, pode ser necessário o auxílio de método de imagem, como a ultra-sonografia ou a tomografia computadorizada), pouco doloroso (sente-se apenas uma pontada) e praticamente isento de riscos se realizado adequadamente.

O líquido ascítico coletado é então analisado em laboratório. A não ser que exista suspeita de peritonite bacteriana, onde parte do material é aplicado imediatamente coleta em frasco com meio de cultura líquido (frasco de hemocultura) ou em suspeitas específicas, o líquido ascítico é colhida para obter dois valores: o gradiente de albumina soro-ascite e a quantificação de leucócitos polimorfonucleares.

O gradiente de albumina soro-ascite é a simples diferença entre a quantidade de albumina no soro sangüíneo (medida por exame de sangue no mesmo dia da coleta da ascite) e a do líquido ascítico. A ascite causada por hipertensão portal é um filtrado do plasma. Deste modo, mesmo que a quantidade de albumina no sangue esteja baixa, a quantidade na ascite é muito menor. Já nas ascites de outras causas, como a causada por câncer, onde há perda de sangue rico em albumina para dentro da cavidade abdominal, ou na ascite quilosa, causada por extravasamento de linfa, também rica em albumina, a diferença entre a quantidade de albumina do soro e da ascite é menor. Assim, o gradiente de albumina soro-ascite maior ou igual a 1,1 g/dL, particularmente com albumina sérica relativamente preservada (acima de 3,0 g/dL) tem precisão de 97% de diferenciar a ascite causada por hipertensão portal da de outras causas.

Os leucócitos polimorfonucleares (neutrófilos) são células de defesa do sistema imunológico. O achado de mais de 250 células por mm3 é altamente sugestivo de peritonite bacteriana espontânea. A presença desse achado, portanto, exige a coleta de nova amostra para cultura bacteriana. Essa nova coleta deve ser aplicada em frasco de meio de cultura líquido (geralmente frasco de hemocultura) imediatamente após a coleta, na beira do leito, para aumentar a chance de que a bactéria cresça em cultura, seja identificada e que os principais antibióticos sejam testados para demonstração da sensibilidade aos mesmos, orientando as melhores opções de tratamento.

TRATAMENTO

Tratamento não diurético

  • A abstinência alcoólica diminui o dano ao fígado, melhora o componente reversível da hepatopatia alcoólica e pode reduzir a hipertensão portal, levando a melhor na ascite; além disso, a abstinência em alcoólatras pode levar a melhora nutricional, com aumento na albumina sérica e melhora na pressão coloidosmótica do sangue;

  • Como a retenção de sódio e água pelo rim é fator fundamental no desenvolvimento da ascite, a restrição de sódio é primordial no controle da mesma: recomenda-se uma restrição severa, abaixo de 88 mmol de sódio ao dia (preferencialmente com o auxílio de nutricionista clínico); não está indicada a restrição de água, a não ser em casos de hiponatremia (baixo sódio no sangue) severa (abaixo de 120 mmol/L);

  • A restrição absoluta ao leito não está indicada;

  • Recomenda-se o registro diário do peso corporal, uma vez que as perdas mais evidentes ocorrem por aumento ou perda do líquido acumulado, sendo um bom parâmetro para observar a resposta ao tratamento;

Tratamento diurético

O tratamento com diuréticos é recomendado para todos os pacientes com ascite secundária a hipertensão portal e que não possuam disfunção dos rins, seja por síndrome hepato-renal ou por outras causas. Como os diuréticos podem induzir o desenvolvimento da síndrome hepato-renal, que é uma complicação grave da cirrose e pouco tratável, a sua introdução deve ser cautelosa.

Os dois diuréticos mais utilizados na ascite são a espironolactona e a furosemida. A furosemida é um diurético de alça, muito potente, mas que tem a desvantagem de causar um aumento da eliminação de potássio pela urina, podendo levar a falta de potássio no sangue - hipocalemia - uma condição que predispõe a câibras e, em casos mais severos, a arritmia cardíaca. A espironolactona (aldactone) apesar de ser um diurético menos potente, tem a vantagem de promover a redução da eliminação de potássio na urina, contrabalançando a perda induzida pela furosemida. Por outro lado, a espironolactona tem início de ação e meia-vida (tempo em que fica no organismo) demorados, o que pode ser indesejado se houver indução de síndrome hepato-renal.

Fonte :http://www.hepcentro.com.br/ascite.htm

Fluídos Biológicos

Drenagem Linfática

Drenagem linfática é uma técnica da Fisioterapia que facilita a circulação da linfa e a expulsão desta, junto com microorganismos e substâncias não necessárias ao corpo. A drenagem linfática traz inúmeros benefícios a pacientes que portam diversas doenças relacionadas ao sistema cardiovascular, como a Elefantíase.

O método de drenagem linfática manual surgiu em Paris, em 1932, foi desenvolvido pelo terapeuta dinamarquês Emil Vodder que trabalhava junto com sua esposa, na Riviera Francesa, por isso, é muito mais popular na Europa que no Brasil. Considerado um método de massagem altamente especializado, deve ser realizado por fisioterapeutas ou profissionais com profundos conhecimentos de anatomia e fisiologia do sistema linfático. Ao contrário do que se pensa, a Drenagem Linfática não dói e se bem empregada pode combater um dos maiores inimigos da mulher: a celulite.

A massagem consiste em manobras suaves, lentas, rítmicas e relaxantes, com os dedos ou as mãos de acordo com a zona do corpo. Uma pressão que cause dor pode romper vasos e formar hematomas, trazendo complicações para o quadro da paciente. Também se deve ter conhecimento de que os capilares linfáticos estão localizados logo abaixo da pele e acima dos músculos, portanto não existe "Drenagem Linfática Profunda", isto é propaganda falsa!

MÃOS DE FADA...

A Drenagem Linfática deve ser exclusivamente manual, não é recomendado fazê-la com ajuda de aparelho de endermologia, com o intuito de intensificar a massagem, como algumas clínicas prometem. “A Drenagem Linfática é manual, porque só manualmente se consegue respeitar a fisiologia do sistema linfático”. Também se engana quem espera por uma massagem pelo corpo todo, pois a Drenagem Linfática é direcionada. Apesar de durar em média uma hora e meia, é realizada somente na região necessária. “Trabalha-se a queixa do paciente, contudo, se a massagem é realizada nos membros inferiores, por exemplo, todo o tronco também será beneficiado, pois a estimulação dos gânglios libera o ducto principal”.

ESTÍMULO DA CIRCULAÇÃO

Os movimentos da massagem seguem o trajeto dos vasos linfáticos, o que melhora as funções essenciais do sistema venoso e linfático. A principal finalidade é mobilizar a corrente de líquidos que está dentro dos vasos linfáticos com objetivo de movimentar a linfa em direção aos gânglios (nos capilares linfáticos, esse líquido passa a se chamar linfa). Esta prática melhora a circulação sanguínea, por isso, é recomendada no tratamento de celulite, porque elimina líquido. Podem causar a retenção de líquidos uma dieta rica em sal e gordura, alterações hormonais, problemas circulatórios, processos inflamatórios, roupa apertada, entre outros. Assim, o corpo fica sobrecarregado por um excesso de liquido que não consegue reabsorver, ocasionando a celulite.

A estagnação dos gânglios linfáticos também pode causar dor, desconforto e corpo inchado. A estimulação da circulação linfática ajuda o corpo a eliminar toxinas e auxilia na nutrição dos tecidos. Embora todos os tipos de massagem estimulem a corrente linfática, a técnica de Vodder é focada na drenagem do excesso linfático. “A Drenagem Linfática também é ótima para cólicas menstruais, em gestantes alivia dores nas pernas e a sensação de peso, também funciona muito bem para minimizar hematomas e evitar processos fibróticos nos pós-cirúrgicos, como plásticas e lipo”, recomenda.

REGENERAÇÃO DOS TECIDOS

A Drenagem Linfática Manual é recomendada para o desaparecimento de inúmeras formas de edemas como, por exemplo, edemas pós-operatórios; o edema do braço depois de uma mastectomia; assim como os edemas pós-traumáticos, como os que aparecem quando se faz uma fratura. De acordo com a Dra. Cibele Rocha, a massagem estimula o processo ou imunológico, aumentando na zona cortical dos gânglios linfáticos, a produção de linfócitos, cujo núcleo tem um papel alimentício e regenerador para os tecidos. Este fenômeno foi observado em úlceras varicosas, osteoporoses, enxertos de órgãos e celulites.

EFEITO RELAXANTE...

A Drenagem Linfática Manual exerce uma ação sedante, tranqüilizante e relaxante. De fato, quando se inicia o tratamento, a maioria dos pacientes sente que os seus músculos se relaxam, as suas pálpebras pesam e uma sensação de torpor invade-os. No entanto, não é recomendável a utilização de cremes ou óleos de massagem nesta técnica. De acordo com a Dra. Cibele Roha isto acaba atrapalhando a realização das manobras e a pressão específica das mãos fica comprometida. “Nada impede de utilizar óleo essencial para aromatizar o ambiente”, diz.

Também é comum sentir vontade de urinar com mais freqüência após a sessão, e este é um sinal que a Drenagem Linfática foi bem feita, pois estimula ao funcionamento dos rins e todos os detritos acabam sendo eliminados naturalmente através da urina. Devemos sempre fazer Drenagem Linfática para uma boa qualidade de vida, pois além de todas as indicações já citadas, ajuda a combater o stress, proporciona regeneração e defesa dos tecidos, aumenta a eliminação de toxinas por diurese em até 24 horas.

INDICAÇÕES E CONTRA-INDICAÇÕES

“Qualquer pessoa pode receber esta massagem, não precisa necessariamente estar com algum problema”, explica Cibele. A Drenagem Linfática somente possui contra-indicação absoluta em casos de trombose venosa profunda e quando existe a suspeita ou se está em tratamento do câncer. Pessoas cardíacas ou com a pressão alta possuem contra-indicações relativas, salvo quando controladas por medicamentos. É absolutamente indicado para gestantes, principalmente, para aliviar as dores do corpo muito inchado nos últimos meses da gravidez.

terça-feira, 20 de abril de 2010

Educação Finaceira

Nos dias de hoje entender como controlar as finanças pessoais é uma necessidade que muitos brasileiros ignoram.
Tomar decisões sobre pequenos ou grandes investimentos, requer uma boa dose de conhecimento.
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Doença de Chagas


Barbeiro: vetor da doença de Chagas

Em 1909, Carlos Chagas, pesquisador do Instituto Osvaldo Cruz, descobriu uma doença infecciosa que acometia operários do interior de Minas Gerais. Esta, causada pelo protozoário Tripanosoma cruzi, é conhecida como doença de Chagas, em homenagem a quem a descreveu pela primeira vez.

O mal de Chagas, como também é chamado, é transmitido, principalmente, por um inseto da subfamília Triatominae, conhecido popularmente como barbeiro. Este animal de hábito noturno se alimenta, exclusivamente, do sangue de vertebrados endotérmicos. Vive em frestas de casas de pau-a-pique, camas, colchões, depósitos, ninhos de aves, troncos de árvores, dentre outros locais, sendo que tem preferência por locais próximos à sua fonte de alimento.

Ao sugar o sangue de um endotérmico com a doença, este inseto passa a carregar consigo o protozoário. Ao se alimentar novamente, desta vez de uma pessoa saudável, geralmente na região do rosto, ele pode transmitir a ela o parasita.

Este processo se dá em razão do hábito que este tem de defecar após sua refeição. Como, geralmente, as pessoas costumam coçar a região onde foram picadas, tal ato permite com que os parasitas, presentes nas fezes, penetrem pela pele. Estes passam a viver, inicialmente, no sangue e, depois, nas fibras musculares, principalmente nas da região do coração, intestino e esôfago.

A transfusão de sangue contaminado e transmissão de mãe para filho, durante a gravidez, são outrasformas de se contrair a doença. Recentemente descobriu-se que pode ocorrer a infecção oral: são os casos daquelas pessoas que adquiriram a doença ao ingerirem caldo de cana ou açaí moído contendo, acidentalmente, o inseto. Acredita-se que houve, nestes casos, invasão ativa do parasita, via aparelho digestivo.

Cerca de 20 dias após a sua primeira - e última - cópula, a fêmea libera, aproximadamente, 200 ovos, que eclodirão em mais ou menos 25 dias. Após o nascimento, estes pequenos seres sofrerão em torno de cinco mudas até atingirem o estágio adulto, formando novas colônias.

Febre, mal estar, falta de apetite, dor ganglionar, inchaço ocular e aumento do fígado e baço são alguns sintomas que podem aparecer inicialmente (fase aguda), embora existam casos em que a doença se apresenta de forma assintomática.

Em quadro crônico, o mal de Chagas pode destruir a musculatura dos órgãos atingidos, provocando o aumento destes, de forma irreversível.

O diagnóstico é feito via exame de sangue e consiste na busca do parasita no material coletado. O tratamento, visando à eliminação dos parasitas, é satisfatório apenas no estágio inicial da doença, quando o tripanossoma ainda está no sangue. Na fase crônica, a terapêutica se direciona para o controle de sintomas, evitando maiores complicações.

O controle populacional do barbeiro é a melhor forma de prevenir a doença de Chagas.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Datas Importantes


Aqui estão as atividades marcadas até o dia de hoje:

Dia 15-16 de Abril.
Pesquisa sobre tecido cartilaginoso.
Disciplina: Anatomia/Fisiologia.

Dia 16 de Abril.
Prova de Microbiologia.

Dia 19 de Abril.
Prova de Citologia.
Pesquisa sobre o Método de Gram e Ziehl, Disciplina Microbiologia.

Dia 22 de Abril.
Prova de Fluídos Biológicos.

Dia 26 de Abril.
Prova de Hematologia.

Dia 28 de Abril.
Pesquisa sobre Instrumentos de Laboratório.
Disciplina: Fundamentos.

Boa Sorte e Estudem!

terça-feira, 13 de abril de 2010

Apostila de Microbiologia

Olá pessoal,
Infelizmente a apostila foi mandada em arquivo do power point e eu não tenho como transformar para arquivo de texto devido ao fato que eu do "time mac". Aqui está o melhor que pude fazer para publicar a apostila.
Em tempos como estes temos que ser criativos! hihihi






Espero que ajude!
E boa sorte na prova!

segunda-feira, 12 de abril de 2010

Questões para a Prova de Microbiologia

CEDUP – ANÁLISES CLÍNICAS

MICROBIOLOGIA MÓDULO I

BASE PARA AVALIAÇÃO 1ª

AS QUESTÕES A SEGUIR SÃO REFERENTES AOS ASSUNTOS ABAIXO LISTADOS:

INTRODUÇÃO A MICROBIOLOGIA

MORFOLOGIA E FISIOLOGIA BACTERIANA

TÉCNICAS DE COLORAÇÃO DA PAREDE CELULAR (PEPTIDEOGLICANO)

ENVOLTÓRIOS CELULARES

PORÇÃO (COMPONENTES) INTERNA


QUESTIONÁRIO BASE PARA AVALIAÇÃO:

O QUE É MICROBIOLOGIA? (CONCEITO)


O ESTUDO DA MICROBIOLOGIA ESTA RELACIONADO COM QUAIS FATORES?


QUAL A PRINCIPAL RELAÇÃO EXISTENTE ENTRE OS MICRORGANISMOS E OS SERES HUMANOS?


COMO SÃO CARACTERIZADAS AS CÉLULAS BACTERIANAS?


QUAIS AS DUAS PRINCIPAIS TÉCNICAS DE COLORAÇÃO E ESPECIFICAÇÃO DAS BACTÉRIAS DE ACORDO COM A COMPOSIÇÃO DA PAREDE CELULAR?


QUAIS OS ENVOLTÓRIOS DA CÉLULA BACTERIANA?


QUAL A COMPOSIÇÃO DA MEMBRANA CITOPLASMÁTICA?


QUAL A FUNÇÃO DA CÁPSULA BACTERIANA?


QUAL A PRINCIPAL DIFERENÇA ENTRE UMA CÉLULA BACTERIANA E UMA CÉLULA ANIMAL?


QUAL É A SEDE DA RESPIRAÇÃO CELULAR?


QUAL É A PRINCIPAL FUNÇÃO DOS MESOSSOMOS?


QUAL SERIA A FUNÇÃO DO VACUOLO NA CÉLULA BACTERIANA?


QUAL SERIA A FUNÇÃO DOS ESPÓROS PARA AS BACTÉRIAS?


O QUE SÃO FÍMBRIAS (PILI) BACTERIANAS?


QUAL A FUNÇÃO DO FLAGELO NA CÉLULA BACTERIANA?

quarta-feira, 7 de abril de 2010

Outra Receita Fácil de Álcool em Gel Caseiro

Esta receita é super fácil de preparar e baratinha. Os ingredientes são encontrados no supermercado.
Assim podemos todos prevenir a h1n1, popularmente conhecida como "gripe suína".

Lembrando sempre que o álcool é um produto inflamável, portanto, cuidado no manuseio!


Ingredientes
2 folhas de gelatina sem sabor e incolor (compra-se em qualquer supermercado)
1 copo de agua quente
12 copos de alcool de 96 ° graus.

Modo de preparo
Dissolva as 2 folhas de gelatina na água quente, mexa bem até dissolver por completo.
Deixe esfriar.
Adicione os 12 copos de álcool aos poucos e misture devagar até ficar homogêneo.
Coloque em recipiente plástico esterilizado (fervido) e com tampa.
Leve a geladeira por ao menos 2 horas e meia.

Está pronto o álcool em gel de 72 ° a 75 ° graus.

54 Dúvidas da População Esclarecidas Pelo Ministério da Saúde Sobre a Gripe H1N1

Perguntas e Respostas - Estratégia de vacinação contra o vírus Influenza Pandêmica (H1N1) 2010


MINISTÉRIO DA SAÚDE
SECRETARIA DE VIGILÂNCIA EM SAÚDE
DEPARTAMENTO DE VIGILÂNCIA EPIDEMIOLÓGICA
ESTRATÉGIA DE VACINAÇÃO CONTRA O VÍRUS INFLUENZA PANDÊMICA (H1N1) 2010
INFORMAÇÕES BÁSICAS – PERGUNTAS E RESPOSTAS
1) O que é influenza A (H1N1)?
É uma doença respiratória aguda , causada pelo vírus pandêmico (H1N1) . Este novo subtipo do vírus da influenza
, do mesmo modo que os demais, e é transmitido de pessoa a pessoa, principalmente por meio da tosse ou espirro e do contato com secreções respiratórias de pessoas infectadas.

2) O que significa H1N1?
As letras correspondem às duas proteínas da superficie do vírus: H:
Hemaglobulina e N: Neuraminidase . O numero 1 corresponde a ordem em que cada uma das proteínas foi registrada, significando que ambas as proteínas tem semelhanças com os componentes do vírus que já circulou anteriormente, quando da pandemia de 1918-1919.
3) Qual a diferença entre a gripe comum e a influenza pandêmica (H1N1) ?
Elas são causadas por diferentes subtipos do vírus influenza. Os sintomas são muito parecidos e se confundem: febre repentina, tosse, dor de cabeça, dores musculares, dores nas articulações e coriza. Por isso, ao apresentar estes sintomas, seja pela gripe comum ou pela nova gripe, deve-se procurar seu médico ou um posto de saúde.
4) Esse vírus influenza pandêmico (H1N1) é mais violento e mata mais do que o vírus da gripe comum?
Até o momento, o comportamento da nova gripe se assemelha ao da gripe comum. Ou seja, o vírus pandêmico (H1N1) não se apresentou mais violento ou mortal, na população geral. A maioria absoluta das pessoas que adoece, seja pela gripe comum, seja pela gripe pandêmica, desenvolvem formas leves da doença e se recuperam, mesmo sem uso de medicamentos. Para ambas as gripes pessoas com doenças crônica, gestantes e crianças menores de dois anos são mais vulneráveis. Mas quando consideramos a população jovem previamente saudável, este vírus pandêmico tem um maior potencial de causar doença grave, quando comparado com o vírus da gripe comum. Por outro lado, o vírus pandêmico tem acometido menos as pessoas maiores de 60 anos. Mas ainda são necessários estudos mais aprofundados que estão sendo realizados, em todo o mundo, para esclarecer o comportamento do novo vírus.
5) Qual vacina será utilizada contra o vírus influenza pandêmica (H1N1) ?
O Ministério da Saúde adquiriu as doses de três laboratórios: Glaxo Smith Kline (GSK), SANOFI Pasteur (em parceria como Instituto Butantan) e Novartis. Esses laboratórios são fornecedores de vacinas para todos os países.
6) Se o processo de desenvolvimento de uma vacina costuma ser longo, como foi possível produzir a vacina pandêmica tão rapidamente?
Os laboratórios já tinham experiência com a produção da vacina contra os vírus de influenza sazonal (vacina administrada anualmente nos idosos no Brasil), e estes investiram em tecnologia num processo de preparação para a produção de uma vacina para a prevenção do vírus pandêmico (H1N1) . O Brasil, por exemplo, fez investimentos na adequação do processo de produção pelo Instituto Butantan.
7) A vacina a ser utilizada no Brasil é segura?
A vacina a ser utilizada é segura e já está em uso em outros países. Não tem sido observada nesses paises uma relação entre o uso da vacina e a ocorrência de eventos adversos graves.
Ressalte-se, entretanto, que a garantia da vacinação segura está relacionada, também: (i) ao uso de seringas e agulhas apropriadas; (ii) à adoção de procedimentos seguros no manuseio, no preparo e na administração da vacina, conforme normas técnicas estabelecidas; (iii) à conservação da vacina na temperatura adequada, conforme preconizado; (iv) ao manejo e ao destino adequado dos resíduos da vacinação (seringas, agulhas etc.); e (v) à qualidade da capacitação do pessoal envolvido, bem como da supervisão ao trabalho de vacinação.
Além disso, considera-se como fundamental o monitoramento de eventos adversos associados temporalmente à vacinação, identificando-os, notificando-os, investigando-os e confirmando a sua real vinculação à vacina contra a influenza pandêmica.
8) A vacina a ser utilizada no Brasil é efetiva?
A vacina registra uma efetividade média maior que 95%. A resposta máxima de anticorpos se observa entre o 14º e o 21º dia após a vacinação.
9) Como a vacina é apresentada?
A vacina é acondicionada em frascos múltidoses, contendo 10 doses. Uma dose correspondendo a 0,5 ml.
a) A do Laboratório Sanofi Pasteur/Instituto Butantan é apresentada na forma de suspensão (líquido opalescente, transparente e incolor).
b) A do Laboratório GSK vem acondicionada em dois frascos (um com a suspensão (antígeno) e o outro com a emulsão (adjuvante) - líquido esbranquiçado homogêneo), sendo preparados momentos antes da administração.
c) A da Novartis é apresentada em frasco multidoses (10 ou 17 doses), na forma de suspensão.
10) O Brasil vai utilizar vacina inalável? Há diferenças entre a inalável e a injetável?
No momento não está previsto o uso de vacina inalável. A diferença entre uma e outra refere-se à forma de apresentação e de administração.
11) Então o Brasil vai utilizar somente vacina injetável?
Sim. A vacinação proposta utilizará a vacina injetável, administrada por via intramuscular, ou seja, com a introdução da solução dentro do tecido muscular.
12) Qual a quantidade de vacina adquirida pelo Ministério da Saúde?
O Ministério da Saúde adquiriu cerca de 113 milhões de doses, para administração da população em etapas distintas.
13) O que é adjuvante?
É uma substância (ou substâncias) imuno-estimulante que entra na composição de uma vacina.
14) Qual o custo da vacina?
O Ministério da Saúde está investindo recursos da ordem de R$ 1,3 bilhão para a compra das vacinas.
15) Qual o objetivo da vacinação a ser realizada no Brasil?
O objetivo dessa operação de vacinação é: i) proteger alguns grupos de maior risco de desenvolver doença grave ou evoluir para morte durante a segunda onda da pandemia influenza H1N1; ii) garantir o funcionamento dos serviços para atendimento ininterrupto dos casos suspeitos ou confirmados da Influenza H1N1, por meio da vacinação dos trabalhadores de saúde.
16) Quais são os grupos de maior risco?
Até o momento estão definidos como grupos de maior risco:
a) a população indígena aldeada;
b) as gestantes;
c) pessoas portadoras de doenças crônicas;
d) crianças maiores de seis meses até os dois anos de idade e
e) a população de 20 a 39 anos.
17) Quais as evidências que levaram o Ministério da Saúde a selecionar esses grupos como os prioritários para a vacinação? São efetivamente os mais acometidos ou de maior risco?
a) Os trabalhadores da saúde envolvidos na resposta à pandemia necessitam ser protegidos para garantir o funcionamento dos serviços de saúde, ou seja, não se pode correr o risco de um possível colapso de atividade essencial, como pronto atendimento, vigilância em saúde, laboratório etc., porque o profissional foi atingido pela pandemia.
b) Entre as mulheres em idade fértil que apresentaram síndrome respiratória aguda grave (SRAG) por influenza pandêmica, 22% eram gestantes.
c) Entre os casos de SRAG por influenza pandêmica (H1N1)2009, aproximadamente 35% apresentou alguma comorbidade. Dentre os que apresentaram uma ou mais comorbidades, o grupo de doenças respiratórias crônicas foi o mais frequente, com 24,4% dos registros, seguido de doenças cardiovasculares,e outras doenças crônicas.
d) Os indígenas são considerados grupo prioritário seja pela maior vulnerabilidade a infecções, seja pela maior dificuldade de acesso às unidades hospitalares, caso necessitem.
e) As crianças menores de dois anos apresentaram a maior taxa de incidência de SRAG por influenza pandêmica (H1N1) .
f) os jovens entre 20 e 29 anos foram o grupo etário mais acometido, representando 24% do total de casos de SRAG por influenza pandêmica (H1N1) .
g) os adultos entre 30 e 39 anos foram o grupo etário mais acometido em relação a mortalidade, representando 22% do total dos óbitos de SRAG por influenza pandêmica (H1N1) .
18) Por que não haverá vacinação de toda população?
a) A vacinação em massa para a contenção da pandemia não é o foco da estratégia estabelecida para o enfrentamento da segunda onda pandêmica em todo o mundo. Por um motivo simples, esta contenção não é mais possível em todo o mundo.
b) São objetivos primordiais para esta vacinação proteger os trabalhadores de saúde, de modo a manter o funcionamento dos serviços de saúde envolvidos na resposta à pandemia, e para alguns grupos selecionados reduzir o risco associado à pandemia de influenza de desenvolver doença grave e morrer.
c) Na vigência da pandemia no Brasil e em outros países, esses grupos foram evidenciados como os de maior risco de apresentarem complicações graves e mortes por infecção pelo vírus Influenza A H1N1, como já evidenciado acima.
e) Além disso, não há disponibilidade do produto em escala mundial em quantidade suficiente para atender a toda a população do mundo. E há, também, a limitação da capacidade de produção por parte dos laboratórios produtores, para entrega em tempo oportuno, ou seja, antes do inicio da segunda onda nos países do hemisfério sul.
19) Por que então estão sendo incluídos no público alvo da estratégia grupos de população saudável?
É que o Brasil decidiu ir mais além do que o recomendado pela OMS que era vacinar apenas os quatro grupos que apresentaram maior risco (trabalhadores de saúde, gestantes, população indígena e pessoas com doenças crônicas preexistentes).
Fundamentado em critérios epidemiológicos, descritos acima ( pergunta 17) ampliou o público alvo, incluindo grupos de pessoas saudáveis.
Nas Américas, além do Brasil, apenas Estados Unidos e Canadá adotaram essa iniciativa, demonstrando assim, o esforço brasileiro em vacinar a maior quantidade de indivíduos com risco de desenvolver formas graves ou morrer por esta doença.
20) A vacinação acontecerá em que período? Onde?
A vacinação acontecerá no período de 8 de março a 21 de maio de 2010, perfazendo nove semanas de trabalho, e acontecerá ao mesmo tempo em todo território nacional.
21) Como será feita a vacinação?
Os grupos de maior risco, apontados na pergunta 6, serão vacinados em etapas. Serão quatro etapas envolvendo, em cada uma, um ou mais de um desses grupos, de acordo com o seguinte cronograma:

Etapas e grupos selecionados
Período de realização
1ª Etapa
8 a 19 de março
Trabalhador de saúde (1)
População indígena aldeada
2ª Etapa
22 de março a 2 de abril
Gestante em qualquer idade gestacional
Doentes crônicos
Crianças com idade entre seis meses a menor de dois anos
3ª Etapa
5 a 23 de abril
População de 20 a 29 anos
4ª Etapa
24 de abril a 7 de maio
População com mais de 60 anos com doenças crônicas
5ª Etapa
10 a 21 de maio
População de 30 a 39 anos

Fonte: CGPNI/DEVEP/SVS/MS
22) Por que vacinar os trabalhadores de saúde?
A vacinação dos trabalhadores de saúde tem como principal finalidade proteger esse grupo de modo a garantir o funcionamento dos serviços de saúde na eventualidade de uma segunda onda da pandemia, ou seja, com os profissionais protegidos não haverá risco de colapso no atendimento da população pela rede de serviços.
23) Quem são esses trabalhadores de saúde?
São aqueles que estão na rede de serviços prestando atendimento diretamente à população, ou seja, são aqueles que, em razão das suas funções, estão sob potencial risco de contrair a infecção pelo H1N1 no contato com possíveis suspeitos da doença.
Nesse sentido estão aí incluídos os trabalhadores da atenção básica (estratégia saúde da família e modelo tradicional), dos serviços de média e alta complexidade (pequeno, médio e grandeporte) e aqueles que atuam na vigilância epidemiológica, especialmente na investigação de casos e no laboratório, cuja ausência por ter contraído influenza poderia vir a comprometer o funcionamento do serviço e o atendimento à população.
24) Quando os trabalhadores de saúde serão vacinados?
A vacinação dos trabalhadores de saúde acontecerá nas duas primeiras semanas da operação, ou seja, no período de 8 a 19 de março.
25) Se a vacinação não vai cobrir 100% dos trabalhadores de saúde como será feita a seleção?
As equipes estaduais e municipais já realizaram o levantamento e a localização do grupo alvo da campanha e definiram a estratégia local para vacinar esse grupo.
É importante que todos os trabalhadores busquem informação nos seus serviços e na Secretaria Municipal ou na Secretaria Estadual de Saúde para tomar conhecimento sobre esses detalhes da vacinação.
26) Por que vacinar a população indígena aldeada?
A população indígena aldeada é sempre considerada como grupo prioritário na prevenção de qualquer doença respiratória. Os indígenas são considerados grupo prioritário seja pela maior vulnerabilidade a infecções, seja pela maior dificuldade de acesso às unidades hospitalares, caso necessitem
A vacinação iniciará no dia 8 de março e irá até 19 de março, dentro de uma programação que já é rotina no âmbito do Programa Nacional de Imunizações (PNI), em articulação com a Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) e com o apoio de outras instituições, a exemplo da chamada ‘Operação Gota’ efetivada por intermédio de cooperação com o Comando da Aeronáutica – Comando-Geral de Operações Aéreas (COMGAR) –como estratégia para alcançar grupos que residem em locais de difícil acesso geográfico.
A vacinação será indiscriminada para a toda população aldeada, a partir dos seis meses de idade. As doses administradas a partir de 15 de fevereiro de 2010 na população indígena serão consideradas como ‘doses de campanha’ para fins de registro no sistema de informação.
27) Por que vacinar a gestante se não há indicação da vacinação deste grupo com a vacina da gripe comum (sazonal)?
a) Não há nenhuma contraindicação à vacinação de gestantes com a vacina utilizada contra a influenza sazonal (gripe comum), mas ela não é feita nas campanhas anuais pelo fato de se priorizar um grupo de maior risco que é a população de 60 anos e mais – e grupos específicos que se vacinam nos Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE).
b) As gestantes são consideradas como grupo de risco para a influenza pandêmica H1N1 Durante a pandemia dentre as mulheres em idade fértil que apresentaram a síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em decorrência da influenza A H1N1, 22% eram gestantes.
28) Não há, portanto, risco para a gestante e para o feto? Não há risco de aborto?
a) Não há risco em vacinar grávidas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS) e de acordo com os padrões de segurança declarados pelos laboratórios produtores, a vacina contra o vírus influenza A H1N1 é segura para a gestante.
b) Não há, de outro modo, evidências de que a vacina possa causar dano ao feto ou afetar a capacidade reprodutiva, ou, também, sobre a ocorrência de aborto provocado pela vacina nos países em que esta foi administrada para o enfrentamento da pandemia.
29) A vacinação da grávida é feita em qualquer idade da gestação?
Sim, como será utilizada a vacina que não contém o adjuvante, essa vacina é indicada para qualquer idade gestacional. A vacina que contém o adjuvante só poderia ser administrada a partir do 2º trimestre da gravidez.
O Ministério da Saúde optou, então, por vacinar a gestante somente com a vacina sem adjuvante por dois motivos: (1) para não atrapalhar a operacionalização da vacinação e (2) para evitar que qualquer intercorrência na gestação de mulher inadvertidamente vacinada antes do 2º trimestre da gravidez com a vacina que contém o adjuvante viesse a ser atribuída à vacina.
30) Por que as grávidas não podem tomar a vacina com adjuvante?
Por zelo, o Ministério da Saúde está orientando que a vacinação da gestante, a utilização de vacinas sem adjuvantes. Porém, a OMS/OPAS orienta a utilização de qualquer uma das vacinas: sem adjuvantes ou com adjuvantes; isso em função da experiência de outros países já estão vacinando desde novembro de 2009.
31) Quando será feita a vacinação da gestante?
A vacinação da gestante será realizada a partir do dia 22 de março e enquanto durar a vacinação (até 21 de maio), ou seja, serão sete semanas para mobilização da mulher grávida a buscar a sala de vacinação dos serviços de saúde. Depois desse período, as mulheres que engravidarem poderão se vacinar.
32) Por que vacinar portadores de doenças crônicas?
Na pandemia de 2009, dentre os casos de SRAG pelo vírus influenza H1N1 observou-se um alto percentual de pessoas com doenças crônicas. Os portadores de doenças respiratórias crônicas, por exemplo, foi o de maior freqüência com 24,4% dos registros, seguido das doenças cadiovasculares e outras doenças crônicas. Essas situações caracterizam pessoas que precisam de proteção por já se encontrarem em situação de vulnerabilidade, podendo apresentar quadros de maior gravidade e morte.
33) O que é comorbidade?
Comorbidade consiste na coexistência de doenças em uma mesma pessoa, ou seja, na existência concomitante de diferentes condições patológicas em um mesmo paciente. Em muitas situações a presença de determinadas patologias, especialmente crônicas, aumenta a probabilidade de desenvolvimento de doença grave ou morte, quando a pessoa é acometida por outra doença.
34) Que situações serão consideradas para caracterizar os portadores de doença crônica?
Até o momento estão incluídos nesse segmento:
· Pessoas com grande obesidade (Grau III), incluídas atualmente nos seguintes parâmetros:
- crianças com idade igual ou maior que 10 anos com índice de massa corporal (IMC) igual ou maior que 25;
- criança e adolescente com idade maior de 10 anos e menor de 18 anos com IMC igual ou maior que 35;
- adolescentes e adultos com idade igual ou maior que 18 anos, com IMC maior de 40;
· Indivíduos com doença respiratória crônica desde a infância (ex: fibrose cística, displasia broncopulmonar);
· Indivíduos asmáticos (portadores das formas graves, conforme definições do protocolo da Sociedade Brasileira de Pneumologia;
· Indivíduos com doença neuromuscular com comprometimento da função respiratória (ex: distrofia neuromuscular)
· Pessoas com imunodepressão por uso de medicação ou relacionada às doenças crônicas;
· Pessoas com diabetes;
· Pessoas com doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC) e outras doenças respiratórias crônicas com insuficiência respiratória crônica (ex: fibrose pulmonar, sequelas de tuberculose, pneumoconioses);
· Pessoas com doença hepática: atresia biliar, cirrose, hepatite crônica com alteração da função hepática e/ou terapêutica antiviral;
· Pessoas com doença renal: insuficiência renal crônica, principalmente em doentes em diálise;
· Pessoas com doença hematológica: hemoglobinopatias;
· Pessoas com terapêutica contínua com salicilatos, especialmente indivíduos com idade igual ou menor que 18 anos (ex: doença reumática auto-imune, doença de Kawasaki);
· Pessoas portadoras da síndrome clínica de insuficiência cardíaca;
· Pessoas portadoras de cardiopatia estrutural com repercussão clínica e/ou hemodinâmica:
- Hipertensão arterial pulmonar;
- Valvulopatias;
· Pessoas com cardiopatia isquêmica com disfunção ventricular (fração de ejeção do ventrículo esquerdo [FEVE] menor do que 0.40);
· Pessoa com cardiopatia hipertensiva com disfunção ventricular [FEVE] menor do que 0.40;
· Pessoa com cardiopatias congênitas cianóticas;
· Pessoas com cardiopatias congênitas acianóticas, não corrigidas cirurgicamente ou por intervenção percutânea;
· Pessoas com miocardiopatias (Dilatada, Hipertrófica ou Restritiva);
· Pessoas com pericardiopatias.
·
35) Qual a base para definir essas situações como prioritárias para a vacinação?
A definição dos grupos prioritários, como já referido, tomou como base a situação epidemiológica e recomendações da OMS e da OPAS.
De modo mais específico, em relação à seleção dos estados crônicos, o Ministério da Saúde ouviu representações de sociedades científicas e profissionais, como o Conselho Federal de Medicina (CFM), a Associação Médica Brasileira (AMB), a Associação Brasileira de Enfermagem (ABEN), a Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia, as sociedades brasileiras de Cardiologia, de Endocrinologia e Metabologia, de Imunizações, de Pediatria, de Pneumologia e Tisiologia, núcleos de educação e saúde coletiva, bem como as instituições que têm assento no Comitê Técnico Assessor do Programa Nacional de Imunizações (CTAI).
36) Os idosos (população com mais de 60 anos) portadores de agravos crônicos estão incluídos nesse grupo?
Os idosos (pessoas com mais de 60 anos) portadores de algum desses agravos não serão vacinados neste momento e sim no período de 24 de abril a 7 de maio, durante a campanha anual de vacinação do idoso contra a influenza sazonal .
37) A vacinação de pessoas com doenças crônicas não apresenta risco de reações?
A vacina é segura e a possibilidade de ocorrer um evento adverso após a administração da vacina em pessoas com doença crônica é a mesma de qualquer outra pessoa.
38) Como as pessoas vão comprovar a sua condição de portador de doença crônica, de modo a justificar a vacinação? Como essas pessoas serão vacinadas?
De modo geral, os portadores dessas patologias já frequentam unidades de saúde ou serviços de referência, sendo acompanhados por profissionais de saúde.
Na organização da operação de vacinação as equipes de coordenação municipal e estadual deverão identificar esses serviços e articular estratégias de convocação ou de visita aos serviços ou instituições de referência, onde será possível localizar e vacinar a população comprovadamente portadora de comorbidade.
A comprovação da vacina administrada deve ser feita no documento de registro utilizado para o registro de outras vacinações (caderneta ou cartão).
39) Se mais de 90% dos casos de gripe vêm sendo causados pelo vírus pandêmico, por que manter a vacinação da gripe comum para idosos?
A influenza é causada por diversos tipos de vírus e os que provocam a gripe sazonal não deixaram de circular e provocar a doença, ainda que em 2009 essa circulação tenha sido bastante reduzida. A circulação do vírus da Influenza Pandêmica em 2010 continua sendo predominante.
Como não é possível prever como ocorrerá a gripe sazonal em 2010 é necessário continuar protegendo este grupo que é o mais vulnerável para esse tipo de gripe.
A gripe sazonal continua sendo importante causa de internação e de doença grave em idosos.


40) Por que as crianças com menos de seis meses não estão incluídas? Há contraindicação para vacinação desse grupo?
A vacina atualmente disponível não é recomendada para o grupo de menores de seis meses em razão de não haver estudos que demonstrem a qualidade da resposta imunológica, ou seja, a proteção não é garantida.

41)Como será feita a identificação dos vacinados durante a estratégia, de maneira a garantir a vacinação do grupo alvo?
a)Para alguns grupos alvo que têm como especificidade a faixa etária será solicitada a apresentação de documento de identificação que comprove a idade.
b) Para os portadores de doenças crônicas pré-existentes a adesão será de iniciativa do próprio portador da doença, não sendo indicada a exigência de atestado médico para não burocratizar o acesso à vacinação, confiando-se na busca consciente por parte dos que realmente necessitam. Sabe-se, ainda, que grande parte dos portadores de doenças crônicas recebe acompanhamento sistemático dos serviços de saúde.
c) No caso das gestantes também é esperada a adesão espontânea, confiando-se também na informação verbal da mulher, ou, de outra maneira, o encaminhamento a partir do pré-natal.

42) Quem teve a gripe pandêmica e teve confirmação laboratorial deve tomar a vacina?
a) Sim. Quando uma pessoa é infectada pelo vírus influenza A adquire imunidade para aquele subtipo específico de vírus que a infectou. Assim, quem já teve a gripe pandêmica comprovadamente (com diagnóstico laboratorial positivo) em princípio, está imune, embora haja registro de alguns casos que desenvolveram uma segunda infecção.
A duração da imunidade pode variar de pessoa para pessoa, mas, no caso desse vírus sofrer mutação um novo contágio poderá ocorrer.
b) Se a pessoa pertencer a um dos grupos prioritários deve ser vacinada, pois a maioria das pessoas que teve gripe nesse período não teve comprovação laboratorial.

43) Por que as unidades federadas mais atingidas durante a primeira onda não terão prioridade na vacinação?
Por uma questão operacional a estratégia de vacinação ocorrerá em etapas, considerando os grupos prioritários, mas acontecerá de forma simultânea em todo país.

44) Se a pessoa quiser pode optar por tomar a vacina em serviço privado, pagando por ela?
Pode sim. Não haverá impedimento, por parte do Ministério da Saúde, para o setor privado adquirir vacinas. O que pode ocorrer, nessa circunstância, é a limitação da disponibilidade do produto, que irá depender da capacidade de fornecimento pelos laboratórios produtores.

45) Qual a incidência de efeitos colaterais (eventos adversos) até agora?
Até a última avaliação realizada pela OMS, em dezembro de 2009, não havia sido comprovado evento adverso grave associado à vacina contra influenza pandêmica. A grande maioria do que vem se apresentando se assemelha a vacina sazonal administrada em idosos, que são reações leves: dor local, febre baixa, dores musculares, que se resolvem em torno de 48 horas.

46)O governo se prepara para a possibilidade de fraude?
Esperamos que a linguagem da mídia de esclarecimento a população seja clara para que a mesma busque a vacina em lugares seguros e faça denúncias em caso dúvidas de sua procedência, distribuição e uso.
Em relação à possível fraude na produção de vacinas ou disponibilidade, o Governo Brasileiro dispõe de mecanismos para controle de qualidade de todas as vacinas por meio do Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde da Fiocruz (INCQS). Há também, o controle por meio da ANVISA que assegura o registro dos produtos em oferta em nosso país.

47)A vacinação para Influenza A (H1N1) será mantida para os próximos anos?
Como uma pandemia de influenza qualquer predição é ainda especulativa. o Brasil seguirá sempre as recomendações da OMS.

48) Como a vacina é acondicionada? Precisa de equipamento especial?
Todas as vacinas são acondicionadas em equipamentos de refrigeração (refrigeradores domésticas ou comerciais e câmaras frigoríficas) e em caixas térmicas.
A vacina contra influenza pandêmica deverá ser armazenada e acondicionada entre +2° e +8° C desde a Central Nacional de Armazenamento até o nível local, ou seja, utilizando os mesmos equipamentos para as demais vacinas.

49)A capacidade da rede de frio de imunobiológicos do Brasil é suficiente para estocar a vacina?
Esta vacina não terá necessidade de estocagem, pois terá utilização rápida. Portanto, as 36 mil salas de vacinas dos 5.565 municípios brasileiros possuem estrutura necessária para o armazenamento das vacinas de rotina e campanhas. Caso seja necessário o reforço de equipamentos, cada Estado suprirá as necessidades conforme plano elaborado e recursos distribuídos.

50) Quais são eventos adversos da vacina? Comparativamente a outras vacinas.
Os eventos adversos relatados pelo laboratório GSK:
a) Muito comum (cerca de 10% dos vacinados): dor no local da aplicação, cefaléia, dor articular, muscular e fadiga;
b) Comum: Náusea, diarréia, sudorese, hiperemia no local da aplicação, inchaço no local da aplicação e tremores;
c) Raros: Linfadenopatia, insônia, tontura, parestesia, vertigem, dispnéia, dor abdominal, vômitos, dispepsia, desconforto gástrico, prurido, erupção cutânea, dor nas costas, rigidez músculo esquelética, dor no pescoço, espasmos musculares, dor nas extremidades, reações no local de injeção (hematoma, induração, prurido e aumento de temperatura), astenia, dor no peito e mal estar.

51)Na hipótese de o vírus persistir durante muitos anos, eu vou precisar me reimunizar?
Se não houver mutação do vírus, não será necessária a revacinação.

52) Se eu me vacinar com vacina contra a gripe sazonal, não corro perigo de pegar a gripe suína em seu estado atual, já que a vacina da gripe normal não garante que eu nunca mais adoeça?
Se o indivíduo se vacinar com a vacina sazonal e estiver dentro do grupo prioritário deverá também se vacinar contra a vacina pandêmica.

53. Quem toma a vacina pode doar sangue?
As pessoas que atendam aos requisitos podem doar sangue apenas depois de 48 horas contadas a partir do dia da vacinação. Veja abaixo mais informações sobre doação de sangue:

Desfazendo mitos
- Doar sangue não dói, é fácil, rápido, não afeta a sua saúde e várias vidas são salvas.
- A quantidade de sangue retirada não afeta a saúde, pois a recuperação ocorre imediatamente após a doação. Uma pessoa adulta tem, em média, 5 litros de sangue em seu organismo. Durante a doação, são coletados no máximo 450ml de sangue.

Condições básicas para doar sangue
- Sentir-se bem, com saúde.
- Apresentar documento com foto, válido em todo território nacional.
- Ter entre 18 e 65 anos de idade.
- Pesar acima de 50kg.

Quem não pode doar
- Quem teve diagnóstico de hepatite após os 10 anos de idade;
- Mulheres grávidas ou amamentando;
- Pessoas que estão expostas a doenças transmissíveis pelo sangue como AIDS, hepatite, sífilis e doença de chagas;
- Usuários de drogas;
- Aqueles que tiveram relacionamento sexual com parceiro desconhecido ou eventual, sem uso de preservativos.

Onde doar sangue
- Cada capital brasileira tem um hemocentro que é responsável por coordenar todas as atividades e serviços hemoterápicos de seu estado. A doação de sangue pode ser feita em um hemocentro ou em uma unidade de coleta mais próxima.

Recomendações para a doação
- Nunca vá doar sangue em jejum;
- Faça um repouso mínimo de 6 horas na noite anterior à doação;
- Não ingerir bebidas alcoólicas nas 12 horas anteriores;
- Evitar fumar por pelo menos 2 horas antes da doação;
- Evitar alimentos gordurosos

54. A vacina tem alguma contra-indicação?
A única contra-indicação é para pessoas alérgicas a ovo.